Vou curar-me para poder SER...

Vou fazer a minha cura...

Vou-me despir lentamente do meu ego e entregar a minha resistência...
Embrulhar-me na tua luz e encher-me do teu amor, encher-me tanto dele até resgatar no meu peito o amor que não sabia onde estava e que era meu.

Aquele amor que andava escondido pelos meus medos...

Vou pegar nos meus medos um a um e vou acariciá-los, despi-los lentamente das roupas velhas que trazem consigo e de todas as memórias que os preenchem. E vou chorar, vou chorar, gritar e espernear sabendo que nesse choro e nessa dor me entrego, me rendo e me encontro. Encontro-me ali perdida nos escombros do que foi remexido e tão bem se escondia.

Retiro-me dos escombros e cuido das minhas feridas. Cuido com amor e luz e uma grande dose de paciência e carinho. Começo por aceitar que é um processo e um caminho que vai sendo percorrido pedra a pedra, lágrima a lágrima. E cada vez que fico cansada e esgotada, começo novamente o processo de cura.

Caio, aleijo-me, levanto-me e trato das feridas sempre que necessitar. Abraço-me e envolvo-me em carinho e paro e recomeço as vezes que precisar.

Não conto com a lógica ou a razão, essas são apenas résteas do passado e o presente pede algo mais, pede amor e compreensão, compaixão, entrega e emoção... O presente pede o agora, não o que fomos ou as anseas do que queremos ser.

SER é o presente, aquele segundo que me permite escolher o agora e me preenche de cor e alegria, ou de tristeza e cura se assim necessitar. SER é o respeito e o amor que sinto por mim, é a minha alma embrulhada na energia de vida. SER é simples e complicado, a dualidade de tudo o que existe, mas acima de tudo é aquilo que me permite querer-me curar a cada segundo para me reencontrar em cada momento. SER permite-me existir, enchendo-me de significado e preenchendo o vazio que existia quando pensava que era algo. Eu não sou algo, eu não sou aquela personalidade definida pelas palavras e pensada pela lógica, eu SOU apenas o que o momento me pede e que através da consciência me faz perceber o que preciso de curar em mim...

SER é só SER... no momento presente, nem antes nem depois, só aqui!