As palavras que me corroem a alma...

As palavras que me corroem a alma...

Aquelas palavras que a minha boca não pronuncia, que são guardadas dentro do cofre que é o meu peito e ficam ali a ressoar no eco do meu vazio.

Essas palavras magoam. Não são ditas, não são pronunciadas, ninguém as ouve e ninguém quer ouvir, Fingem que não percebem porque preferem simplesmente fingir.... fingem que não existem porque não sabem o que é existir... E porque no fundo sabem que se ouvissem não poderiam voltar atrás.

Elas seriam pronunciadas e teriam um impacto. E o impacto, quando chega sem avisar causa danos nos alicerces falsos impostos por nós para nossa própria segurança. E é tudo sacudido, abanado, posto em causa.

A segurança do que tínhamos já não existe e o medo do que não temos começa a crescer, e tal como ervas daninhas brota pelo peito até ao âmago da nossa alma e toca no que estava tão bem escondido pela estrutura falsa que criamos, E quando damos por ela tudo abanou, tudo caiu... E quando vamos a ver foi a palavra que provocou.

Por isso guardo em mim a palavra...deixo que me corroa a alma... pelo menos até ao dia em que tudo volta à volta se destrua e já nada me possa assustar e meter medo...

Até ao dia em que ganho coragem para enfrentar os meus monstros e muralhas.

Até ao dia em que a força, a vontade, a minha alma sejam maiores que o que me destrói.

Até esse dia elas ficarão lá guardadas e jamais serão pronunciadas,

Mas a verdade é que esse dia chegou... é hoje e por isso elas voarão e irão tocar no que tiver de ser tocado, abanar as estruturas que têm de ser destruídas para que de futuro tudo seja verdadeiro e real.

Abanar o que é falso para que o verdadeiro e o essencial à alma possa florescer...


O dia chegou... é hoje!!!



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